13 de junho de 2009

CHANEL N0. 5



O perfume mais famoso do mundo foi criado por Ernest Beaux, famoso perfumista da época, a pedido de Coco Chanel, que sugeriu: “Um perfume de mulher com cheiro de mulher”. Dentro de um frasco art déco (feito em cristal, retangular, com uma espécie de selo identificador, quase como se fosse uma etiqueta), que foi incorporado à coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959, o Chanel nº 5 foi o primeiro perfume sintético a levar o nome de um estilista. Revolucionando o mundo das fragrâncias, o perfumista utilizou em sua fórmula corpos sintéticos em proporções inéditas até então: eram mais de 65 substâncias em sua composição entre elas rosas, jasmins de Grasse, flores raras do oriente e sândalo, além da luxuosa essência do pau-rosa, árvore tropical ameaçada de extinção e que encantou os europeus desde o século XVIII por sua fragrância. O cinco era o seu número da sorte, tanto que Coco apresentou o perfume no dia 5 de maio de 1921, até hoje o perfume mais vendido em todo o mundo, comercializado em cerca de 140 países. Outra história conta que a estilista escolheu o número, pois entre 10 amostras preparadas pelo perfumista a que mais lhe agradou foi a cinco.

O perfume alavancou seus negócios e se tornou legendário. Mas foi Marilyn Monroe quem tornou o perfume um verdadeiro sucesso. Ao ser entrevistada, perguntaram o que vestia para dormir. Marilyn respondeu: “Apenas algumas gotas de Chanel nº 5”. A composição da fragrância permaneceu praticamente inalterada ao longo de mais de meio século de existência, algo incomum mesmo entre marcas de prestígio. Grande parte dos jasmins e rosas de maio utilizados na produção do perfume ainda é cultivada pelas mesmas famílias de floricultores do sul da França, com custos de produção até 30% maiores do que seus equivalentes chineses. Para a empresa, no entanto, transferir o local de produção dessas flores significa comprometer o aroma do perfume, e isso está simplesmente fora de questão.

Em 2004, foi lançada a nova campanha do perfume estrelada pela atriz Nicole Kidman, o novo rosto do Chanel nº 5 para encarnar a elegância e modernidade do produto. A campanha contou ainda com um mini filme de 2 minutos dirigidos pelo renomado Baz Luhrmann, de “Moulin Rouge”, que contava com Nicole Kidman e o brasileiro Rodrigo Santoro. O filme, orçado em US$ 20 milhões, conta a história de uma atriz que foge de fotógrafos em uma première e termina nos braços de um estranho escritor. Tudo embalado ao som da Orquestra Sinfônica de Sydney, que toca uma versão de “Clair De Lune” do compositor Claude Debussy.




Em 2009 mais um comercial, chamado "Trem de Nuit", da Coco Chanel, com a atriz francesa Audrey Tautou foi lançado. Dirigido por Jean-Pierre Jeunet (Amelie), o comercial foi filmado no famoso Orient Express. "Sempre amei trens noturnos e sua magia: a sua a oportunidade perfeita para criar um encontro num tempo suspenso”, afirmou Jeunet. E acrescentou: gosto da idéia de unir desta forma o homem e a mulher. Gosto de jogar com destinos e coincidências ...”. De bom gosto.

COCO CHANEL








Um verdadeiro mito. Responsável por grande parte das principais mudanças no vestuário feminino ocorridas no século XX. Considerada uma das forças do movimento feminista do começo do século passado, Mademoiselle Coco Chanel criou uma moda atemporal e elegante, ostentada até os dias de hoje, fazendo de sua marca, sinônimo de elegância e conforto.

A estilista francesa, que se tornou símbolo de uma revolução nos costumes e na postura da mulher no cenário social, adquiriu a elegância e simplicidade como formas de sobrevivência. Mitômana, nunca quis admitir sua origem pobre. Foi apenas após a sua morte, em 1971, que os reais fatos de sua infância ficaram conhecidos do público.





Nascida no interior da França, na cidade de Saumur em 19 de agosto de 1883, Gabrielle Bonheur Chanel ficou órfã de mãe aos seis anos de idade. Seu pai, Albert Chanel, a mandou para um pensionato da cidade francesa de Auvergne, onde permaneceu até sua adolescência. Porém, a vida simples da cidade interiorana não condizia com a ânsia de Coco Chanel. Trabalhou como balconista e até em um cabaré, onde cantava a música ”Qui qu´a vu Coco dans le trocadero?” (de onde originou seu apelido Coco). Mas o intuito de vencer na vida era mais forte e, para isso, decidiu sair à caça de amantes, de preferência homens ricos, que pudessem lhe ajudar. Esse foi o primeiro grande confronto de Coco Chanel com a sociedade machista do início do século XX. O envolvimento com o milionário oficial de cavalaria Etienne Balsan levou-a a Paris, aos 16 anos, e a inseriu na alta sociedade da capital francesa. Com a ajuda do cobiçado playboy inglês Arthur Capel (que muitos dizem ter sido o grande amor da estilista e morreu jovem em um acidente automobilístico em 1924), montou sua primeira loja, a Casa Chanel (Chanel Modes) em 1910. No começo, vendia chapéus para mulheres. O estilo simples, sem grandes adornos de flores, encantou as parisienses que freqüentavam o jóquei clube da cidade. Quem era aquela mulher que ousava nos trajes simplistas, com misturas entre vestimentas femininas e masculinas? A partir desse momento, Chanel decidiu dedicar-se à costura.
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Seus cortes simples encantaram e, em 1913 (antes da 1ª Guerra Mundial) abre, simultaneamente, duas boutiques de moda, em Deauville (um dos elegantes centros da França na época) e em Paris. Em 1916, abre uma loja de Alta Costura em Biarritz e, em 1920, fixa-se definitivamente no n.º 31 da Rue Cambon, onde a Maison Chanel existe até hoje. Coco Chanel costumava dizer que no mundo da moda havia um excesso de homens que não sabiam como proporcionar o conforto às mulheres. Foi por isso que o estilo criado por ela revolucionou o século XX: ao libertar a mulher das faixas e corpetes apertados em saias com muitos babados, permitiu que a mulher se sentisse livre e poderosa vestida de maneira simples e prática. “Não há mulheres feias, há mulheres mal cuidadas”, costuma dizer.




Com essa filosofia, queria atingir o maior número de mulheres que pudesse, com roupas de cortes retos e elegantes. Não se importava em ser copiada por outros estilistas; o que mais a alegrava era ver mulheres vestindo suas inovações.


- - Jérsei, Cardigans, sapatos sem salto, vestidos de corte a direito e sem mangas, jaquetas, saias plissadas, tailleurs, bolsas com alça de corrente dourada: a renovação do guarda-roupa feminino, para servir ao bel-prazer da mulher de bom gosto e poucos recursos, estava disponível na criatividade de Chanel. Era o chic minimalista que seria adotado por aquelas que estavam cansadas dos costumes da Belle Epoque e do vestuário excessivamente ornamentado. O vestido preto (“Little Black Dress”) seria outra de suas grandes invenções que se tornaria célebre. Saindo das festas de gala e dos momentos de luto, se transformaria no curinga e, de antemão, marcaria o perfil da mulher moderna, preparada para ser uma profissional e parecer feminina e elegante em qualquer situação. Utilizado pela primeira vez em 1926, o modelo foi chamado pela Vogue como o ”Ford dos vestidos” (uma alusão aos carros da marca americana que eram vendidos em massa).


-- No auge de sua fama, durante a década de 30, empregou 4.000 funcionários e chegou a vender 28.000 peças em um único ano. O segredo do sucesso de Chanel era simples: apenas desenhava roupas que gostava de vestir. Não colocava seus esboços no papel, criava-os em cima do tecido, no corpo da modelo. Isso porque era a roupa que deveria se adequar ao corpo, e não ao contrário, como gostava de dizer. Neste período, Coco Chanel conheceu muitos artistas importantes, tais como: Pablo Picasso, Luchino Visconti e Greta Garbo. Seus modelos vestiram estrelas como a princesa Grace Kelly, atrizes como Marlene Dietrich e Ingrid Bergman, a primeira-dama americana Jacqueline Kennedy, entre outros grandes nomes. Durante a Segunda Guerra Mundial Chanel chegou a trabalhar como enfermeira, uma vez que os negócios relativos à moda estavam em baixa. Nesta época envolveu-se com um oficial nazista, o que lhe custou o exílio na Suíça. Em 1954 voltou a Paris e retomou seus negócios na alta costura. Sua carreira teve um renascimento nesta época. O Cardigan, o vestido preto e as pérolas tornaram-se marca registrada do estilo CHANEL. Quando apresentou a coleção de 1958, as francesas ficaram maravilhadas. A revista ELLE escreveu em destaque: “Dez milhões de mulheres votam CHANEL”. Suas inovações, de fato, retocaram toda a silhueta feminina. O novo comprimento de suas saias mostrou os tornozelos das mulheres, cujos pés passaram a contar com sapatos confortáveis de bicos arredondados. Pérolas em especial, e bijuterias em geral, ganharam lugar de destaque entre os acessórios, cachecóis enrolaram-se com classe nos pescoços das mulheres e seu corte de cabelo tornou-se simétrico, reto, mostrando a nuca - o eterno corte CHANEL.


- - No ano de sua morte, em 1971, aos 87 anos, no luxuoso Hotel Ritz de Paris, Coco Chanel ainda trabalhava ativamente, desenhando uma nova coleção. Assim como toda a história de sua vida, o momento da morte também foi marcado por glamour e boatos. Sozinha, no quarto do Hotel Ritz, onde viveu por cerca de 33 anos, a estilista teria dito a uma camareira que estava em seu quarto: “Vê? É assim que se morre. Sozinha, mas sempre chique”. O seu funeral foi assistido por centenas de pessoas que vestiam suas roupas em sinal de homenagem. O ano de 1983 foi marcado pela chegada de Karl Lagerfeld à empresa como diretor artístico da marca tanto para a linha de alta-costura quanto para a de prêt-à-porter. O estilo clássico criado por mademoiselle Chanel, revitalizado por Lagerfeld, atravessou o século 20 e se tornou atemporal.







Vejam o trailer do filme que está para estrear nos cinemas



HÔTEL DES INVALIDES








Hôtel National des Invalides, ou Palácio dos Inválidos, é um enorme monumento parisiense, cuja construção foi ordenada por Luis XIV, em1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos. Hoje em dia, continua acolhendo os inválidos, mas é também uma necrópole militar e sede de vários museus.


Entre as personalidades ilustres lá sepultadas encontra-se Napoleão Bonaparte.


O Rei Luís XIV precisou, tal como os seus predecessores Henrique III e Henrique IV, de assegurar auxílio e assistência aos soldados inválidos dos seus exércitos; para que "aqueles que expuseram as suas vidas, derramaram o seu sangue pela defesa da monarquia (...) passem o resto dos seus dias na tranquilidade (ceux qui ont exposé leur vie et prodigué leur sang pour la défense de la monarchie (...) passent le reste de leur jours dans la tranquillité), diz o édito Real de 1670.


No dia 15 de Julho de 1804 teve lugar na capela dos Invalides a primeira entrega das condecorações da Legião de Honra, por Napoleão Bonaparte, aos oficiais meritórios, numa faustosa cerimónia oficial.


O edifício foi dotado desde muito cedo de funções museográficas: Museu da Artilharia em 1872 e Museu Histórico dos Exércitos em 1896, reunidos como Museu do Exército (Musée de l'Armée) em 1905.


Hôtel des Invalides ainda acolhe presentemente uma centena de reformados e inválidos dos exércitos franceses. A administração encarregada desta missão é o Instituto Nacional dos Inválidos (Institut national des invalides).


A capela do Hôtel des Invalides, concebida para acolher os pensionistas dos Invalides, foi elevada à categoria de Cathédrale. É a sede do Bispo Católico dos Exércitos.


Napoleão I repousa sob a cúpula, na companhia dos seus dois irmãos, Joseph e Jérome Bonaparte, e do seu filho, o "Filhote de Águia".


A cúpula dourada dos Inválidos constitui um dos pontos de referência da paisagem parisiense.






O alinhamento dos canhões na esplanada é altamente simbólico. Esses canhões estão, efetivamente, apontados ao Palais de l'Élysée para lembrar ao seu locatário que na França o soberano é o povo, e que este pode a qualquer momento retomar as armas.







Napoleão Bonaparte foi sepultado no dia 15 de Dezembro de 1840, sob a Monarquia de Julho, cujos líderes procuravam reunir os partidários do Imperador defunto. As cinzas de Napoleão foram colocadas num monumental sarcófago, ele próprio colocado numa cripta construída no centro da capela Saint-Louis.


Curiosidade:

Napoleão foi enterrado sem o pênis, amputado horas depois de sua morte. Depois de 170 anos a exótica relíquia apareceu nos Estados Unidos, guardado por John Lattimer, professor de Urologia da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.

A amputação teria sido feita pelo médico francês Francesco Antommarchi, despachado para Santa Helena para cuidar da úlcera de estômago que acabou por matar Napoleão. Antommarchi, um anatomista que pouco entendia de doenças, irritou o intempestivo corso, que o recebia a cusparadas e insultos. "Foi a vingança do médico", disse Lattimer.

Embora seja provável, não está provado que tenha sido o médico que fez a
autópsia, Dr. Francesco Antommarchi, a subtrair o orgão genital de Napoleão. Na sala estavam presentes dezessete testemunhas, sete médicos ingleses, duas criadas de Napoleão, um padre de nome Vignali e ainda um servo árabe de nome Ali. Há, portanto, 29 suspeitos.

O seu filho François Bonaparte (igualmente chamado de Napoleãon II, "o filhote de Águia" ou Duque de Reichstadt) foi ali sepultado, em 1940, como presente de Adolf Hitler à França.


Joseph e Jérôme Bonaparte, irmãos do Imperador, foram enterrados em duas alcovas laterais.
Para conservar o traço das tradições do exército, os seus troféus e objetos de vida quotidiana dos soldados, foi criado em 1896 um Museu Histórico do Exército (Musée Historique de l'Armée). Este viria a ser fundido com o da Artilharia em 1905, formando o atual Museu do Exército (Musée de l'Armée).


Depois do final da
Segunda Guerra Mundial, durante a qual os Inválidos esconderam uma rede de resistência em 1942, o Museu foi aumentado com a Ordem da Libertação (Ordre de la Libération) e o Museu de História Contemporânea (Musée d’Histoire Contemporaine).