19 de junho de 2009




O ator francês Gérard Depardieu nasceu em 27 de Dezembro de 1948 em Chateauroux. De origem humilde, fugiu de casa aos 13 anos e teve a juventude marcada pela delinquência. Foi tirado desta situação durante a adolescência por uma assistente social que o convenceu a tentar a carreira de ator. Depardieu começou a carreira no grupo de teatro Café de la Gare, junto comPatrick Dewaere e Miou-Miou.



Sua primeira experiência no cinema, ainda adolescente, foi no curta-metragem Le beatnik et le minet (1965). Depois de atuar em pequenos papéis, ganhou destaque em Os Corações Loucos.



Nos anos 80, consolidou-se como uma das estrelas mais brilhantes do cinema francês.



Seu tipo físico e seus respectivos quilos a mais favoreceram a sua interpretação do herói dos quadrinhos Obélix em Astérix e Obélix Contra César, adaptação para o cinema da obra de Goscinny e Uderzo.
O filme foi um enorme sucesso na França e no mundo, sendo continuado em 2002 por Astérix & Obélix: Missão Cleópatra e em 2008 Astérix nos Jogos Olímpicos.



Filmografia

2009 - Diamant 13

2008 - Les enfants de Timpelbach

2008 - Hello goodbye

2008 - Bouquet final

2008 - L'abolition (TV)

2008 - Inimigo público nº 1 - Instinto de morte (L'instinct de mort)

2008 - Missão Babilônia (Babylon A.D.)

2008 - Sans arme, ni haine, ni violence

2008 - Disco

2008 - Asterix nos jogos olímpicos (Astérix aux jeus olympiques)

2007 - Michou d'Auber

2006 - Piaf - Um hino ao amor (La môme)

2006 - Paris, eu te amo (Paris, je t'aime)

2006 - Amici miei '400

2006 - Quando eu era cantor (Quand j'étais chanteur)

2006 - As férias da minha vida (Last holiday)

2005 - Olé!
2005 - Combien tu m'aimes?

2005 - Les rois maudits (TV)

2005 - Je préfére qu'on reste amis

2005 - La vie de Michel Muller est plus belle que la vôtre

2004 - Les temps qui changent

2004 - 36 (36 quai des orfèvres)

2004 - O pecado da fé (Nouvelle France)

2004 - O sumiço do presidente (San Antonio)

2004 - RRRrrrr!!! - Na idade da pedra (RRRrrrr!!!)

2004 - La femme musketeer (TV)

2003 - Volpone (TV)

2003 - Les clefs de bagnole

2003 - Dupla confusão (Tais-toi)

2003 - Nathalie X (Nathalie...)

2003 - Viagem do coração (Bon voyage)

2003 - Crime spree

2003 - Le pacte du silence

2002 - Ruy Blas (TV)

2002 - Blanche

2002 - Meu pai, meu filho (Aime ton père)

2002 - I am Dina

2002 - Desejo de liberdade (Between strangers)

2002 - Asterix e Obelix: Missão Cleópatra (Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre)

2002 - Cidade fantasma (City of ghosts)

2001 - Streghe verso nord

2001 - CQ

2001 - Concorrência desleal (Concorrenza Sleale)

2001 - O closet (Le placard)

2001 - Vidocq (Vidocq)

2000 - Les misérables (TV)

2000 - Le secret de la femme blanche (TV)

2000 - Os 102 dálmatas (102 dalmatians)

2000 - Les acteurs1999 - Balzac (TV)

1999 - Bridge, The

1999 - Asterix e Obelix contra César (Astérix et Obélix contre César)

1999 - Mirka1999 - Passionnément

1999 - Wings against the wind

1998 - Bimboland

1998 - Notes of love

1998 - O homem da máscara de ferro (Man in the iron mask, The)

1997 - XXL

1996 - Hamlet (Hamlet)

1996 - Nosso professor é um herói (Le plus beau métier du monde)

1996 - O agente secreto (Secret agent, The)

1996 - Bogus - meu amigo secreto (Bogus)

1996 - De bem com a vida (Unhook the stars)

1995 - Le garçu

1995 - Les anges gardiens

1995 - Les cent et une nuits de Simon Cinéma

1995 - O cavaleiro do telhado e a dama das sombras (Horseman on the roof, The)

1995 - Elisa, em sua honra (Élisa)

1994 - Memórias do mal (La machine)

1994 - Coronel Chabert - Amor e mentiras (Colonel Chabert)

1994 - Uma simples formalidade (A pure formality)

1994 - Meu pai herói (My father, the hero)

1993 - Germinal (Germinal)

1993 - Hélas pour moi

1993 - François Truffaut: Portraits volés

1992 - 1492 - A conquista do paraíso (1492: Conquest of Paradise)

1992 - From time to time

1991 - Todas as manhãs do mundo (All the mornings of the world)

1991 - Mon père ce héros

1991 - Merci la vie1990 - Uranus

1990 - Cyrano (Cyrano de Bergerac)

1989 - Quero ir para casa (I want to go home)

1989 - Linda demais para você (Too beautiful for you)

1989 - Ele e ela (Deux)

1988 - Camille Claudel (Camille Claudel)

1988 - A strange place to meet

1987 - Sois le soleil de Satan

1986 - Les fugitifs

1986 - Rue du départ

1986 - I hate actors

1986 - Jean de Florette (Jean de Florette)

1986 - Ménage
1985 - A woman or two

1985 - Polícia (Police)

1984 - Rive droite, rive gauche
1984 - Le tartuffe

1984 - Forte Saganne (Fort Saganne)

1983 - Les compères

1983 - A lua na sarjeta (Moon in the gutter, The)

1982 - Le grand frère

1982 - Return of Martin Guerre, The

1981 - A mulher do lado (La femme d'à côté)

1981 - Choice of arms1981 - La chèvre

1980 - Loulou (Loulou)

1980 - O último metrô (Le dernier métro)

1980 - Inspecteur la bavure

1980 - I love you all

1980 - Meu tio da América (Mon oncle d'Amérique)

1979 - Buffet froid

1979 - Temporale Rosy

1978 - Les chiens

1978 - L'ingorgo - una storia impossibile

1978 - Preparem seus lenços (Préparez vos mouchoirs)

1978 - Le sucre

1977 - Le camion

1977 - Bye bye monkey

1977 - Dites-lui que je l'aime

1977 - Left-handed woman, The

1977 - La nuit tous les chats sont gris

1977 - Violanta

1976 - Barocco

1976 - 1900 (1900)

1976 - La dernière femme

1976 - Baxter - Vera Baxter

1976 - Mistress

1976 - Les plagues de l'Atlantique

1976 - René la canne

1975 - Sept morts sur ordennance

1975 - Cinema according to Bertolucci, The

1975 - I love you no more

1974 - Stravisky...

1974 - Pas si méchant que ça

1974 - Rough day for the queen

1974 - Going places

1974 - Vincent, François, Paul... et les autres

1973 - Two against the law

1973 - La femme du gange

1973 - Os alegres subterrâneos de Paris - Não entre pelo buraco (Les gaspards)

1972 - Le tueur

1972 - Le viager

1972 - L'affaire dominici

1972 - L'an 011972 - Lune lune coquelune

1972 - Nathalie Granger

1972 - La scoumoune

1971 - Un peu de soleil dans l'eau froide

1970 - Le cri du cormoran, le soir au-dessus des jonques

1965 - Le beatnik et le minet




Prêmios



Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, por "Cyrano" (1990).- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia/Musical, por "Green Card - Passaporte para o Amor" (1990).

Recebeu 2 indicações ao BAFTA de Melhor Ator, por "Jean de Florette" (1986) e "Cyrano" (1990).

Recebeu 15 indicações ao Cesar de Melhor Ator, por "Sept Mors Sur Ordannance" (1975), "La Dernière Femme" (1976), "Dites-lui que Je L'aime" (1977), "Le Sucre" (1978), "O Último Metrô" (1980), "Danton - O Processo de Revolução" (1983), "Les Compères" (1983), "Forte Saganne" (1984), "Polícia" (1985), "Sois le Soleil de Satan" (1987), "Camille Claudel" (1988), "Linda Demais para Você" (1989), "Cyrano" (1990), "Coronel Chabert - Amor e Mentiras" (1994) e "Quando Eu Era Cantor" (2006).

Venceu por "O Último Metrô" e "Cyrano".

Recebeu uma indicação ao European Film Awards de Melhor Ator, por "Cyrano" (1990).

Ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes, por "Cyrano" (1990).

Ganhou o Volpi Cup de Melhor Ator no Festival de Veneza, por "Polícia" (1985).-

Ganhou um Leão de Ouro honorário, em 1997, concedido pelos organizadores do Festival de Veneza em homenagem à sua carreira.




ASTÉRIX



O Gaulês mais famosos do mundo, Asterix (em francês Astérix), foi criado em 1959 na França pelo ilustrador Albert Uderzo e o escritor René Goscinny. Naquela época, os quadrinhos de super-heróis americanos faziam o maior sucesso na França. Por isso, Uderzo e Goscinny foram convidados por François Clotaud de revista chamada Pilote para criar uma história com personagens ligados a seu país. Para cumprir a tarefa, eles recorreram aos antigos habitantes da França, os gauleses.

Em 29 de outubro de 1959, foi editada na revista francesa de histórias em quadrinhos Pilote, desaparecida em 1989, os primeiros esboços do pequeno gaulês. Dois anos depois, a primeira história em quadrinhos das aventuras gaulesas vendeu apenas 6.000 exemplares. Porém, em 1963, a segunda, “A Foice de Ouro”, atingiu os 20 mil exemplares. Depois, as aventuras de Astérix foram conquistando cada vez mais adeptos.

Em 1967, aparece o primeiro longa de uma série de desenhos animados. A trama se passava no ano 50 a.C, onde toda a Gália (a atual França) tinha sido ocupada pelos romanos. Toda? Não! Uma aldeia, povoada por irredutíveis gauleses ainda resistia ao invasor. E a vida não era fácil para as guarnições de legionários romanos nos campos fortificados de Babaorum, Aquarium, Laudanum e Petibonum. Para enfrentar essas legiões romanas, Asterix e sua turma contam com a ajuda de uma poção mágica, que lhes dá força sobre-humana, preparada pelo druida celta Panoramix. A exceção é a de Obelix, um escultor e distribuidor de menires, que caiu dentro de um caldeirão com a poção quando ainda era criança, e por isso adquiriu permanentemente a “super força”. Obelix tem como maior diversão atacar as legiões romanas causando enorme terror aos legionários. Seu maior prazer é comer javalis, que devora com enorme apetite. Desde o àlbum “Astérix e a volta à Gália” adotou Ideiafix, um cãozinho inteligente e ecologista.

Outros personagens da turma são: o bardo Chatotorix; Abracurcix, o chefe da vila, e sua mulher Naftalina; Veteranix, o guerreiro decano; Ornalfabetix, o peixeiro, e sua mulher, Yellowsubmarina; Automatix, o ferreiro; César, Brutus, Cleópatra e os azarados piratas, entre outros. Nas histórias ss nomes gauleses terminam todos em “ix” (Abracurcix, Veteranix, Chatotorix, Pneumatix, etc). Já os normandos (vikings) têm todos os nomes com “af” no final (Olaf, Epaf, Espirograf…), os romanos terminam em “us” e assim por diante. Após o falecimento de Goscinny em 1977, Uderzo deu continuidade ao trabalho, com a colaboração de Sylvie, filha de Uderzo.

Em 1989, foi inaugurado o parque temático Le Parc Asterix, à 30 quilômetros ao norte de Paris. Lá, foram erguidas edificações idênticas às casas da lendária vila gaulesa. Brinquedos como uma montanha-russa em que o carrinho atinge 80 km/h e um navio gaulês atraem mais público do que a Eurodisney. No ano de 2006 estreou o décimo primeiro filme de cinema, Astérix et les Vikings (Asterix e os Vikings).


Em seus mais de 40 anos de existência, Asterix já protagonizou 36 livros de histórias, inspiraram jogos de computador, CDs, uma peça de teatro, sete filmes de animação e três longas de sucesso (Astérix & Obélix: Mission Cléopâtre, Astérix et Obélix contre César, tendo Gerard Depardieu, como Obélix, e Christian Clavier, e o mais recente Astérix et les Vikings). A página do personagem na Internet (http://www.asterix.tm.fr/) recebe mais de 40 mil visitas por dia.

CURIOSIDADE

* Desde sua primeira edição até hoje, cerca de 310 milhões de exemplares de álbuns do Asterix já foram vendidos. Traduzidas para 107 línguas e dialetos, suas aventuras ainda estão longe de acabar. Hoje, as últimas histórias do pequeno gaulês ultrapassam os dois milhões de exemplares vendidos. O recorde foi batido em 2001, com “Astérix e a Traviata”, publicado no mesmo dia em toda a Europa em oito milhões de exemplares, sendo três milhões na França e outros três na Alemanha, país onde Astérix é muito popular.

ÉMILE GALLÉ - O MAGO DOS VIDROS



Emile Gallé é considerado o mago do vidro. Oriundo de uma família em que lidar com o vidro e a cerâmica era uma tradição, com a sua obra ele marcou a Art Noveau como nenhum outro artista. A principal temática de seus artefatos são flores e folhagens, realizadas em camadas sobrepostas ao vidro, técnica por este desenvolvida, cujo nome em francês é "patê de verre", trabalhando com maestria a opacidade e translucidez do material. Uma produção de fins de século XIX e início do Século XX, traz específicamente paisagens tropicais, inspiradas no Rio de Janeiro, Brasil. A maior autoridade e colecionador destes exemplares é Marcio Roiter/RJ/Brasil, responsável também por boa parte da memória decô do período.

Trabalhando o vidro como forma de expressão, Gallé obtém uma unidade perfeita nas obras em que conjuga princípios estéticos, literários, da filosofia e da arte e, até mesmo das ciências naturais. Extremamente exigente com a qualidade técnica e artística - seja nos trabalhos de cerâmica ou de marchetaria - Gallé foi, sobretudo, o mestre inconfundível na arte do vidro. As produções nas oficinas de Gallé incluíram jarros, púcaros, compoteiras, garrafas, cálices, caixas, tinteiros, fruteiras, serviços de licor, candelabros, canecas de cerveja, cântaros, pitchers, e outros objetos utilitários e decorativos: principalmente os inigualáveis vasos e luminárias. Nestes últimos, à função primordial de iluminar - era o advento da luz elétrica - conjuga-se a criatividade impar do artista que mantém a individualidade em cada peça. São abajures, plafonnières, luminárias de teto e de mesa, entre os quais os conhecidos como cogumelos, que alcançam hoje preços fantásticos.

Os primeiros trabalhos de Gallé eram em cristal claro ou translucente (Clair-de-lune) e as formas usualmente clássicas. A decoração inspirava-se em temas populares da época: mitologia greco-romana, arabesco e caligrafias islâmicas, folclore medieval, paisagens holandesas do século XVII, icnografias egípcia e outras influências evidentes. Feita com a combinação de óxido de cobalto e potássio, "Clair-de-lune" era um azul pálido que tomava o tom de safira brilhante quando a luz refletia sobre ela.

Os últimos trabalhos eram opacos, multicoloridos, com formas naturalísticas que se adaptavam ao tema de que são exemplos os vasos-lírios.

A natureza era a grande fonte de expiração de Gallé: a flora, a zoologia, insetos, borboletas, motivos marinhos compõem decorações e ocupam assimetricamente as superfícies das peças. São desenhos que recriam a natureza de modo realístico, mas transfigurada pela sensibilidade do artista e que se apresenta em colorido vibrante ou se desdobra em nuances suaves revelando suas qualidades de excepcional colorista. O esmalte, a gravura, aplicações e esculturas foram técnicas empregadas isoladas ou conjuntamente por Gallé, além de montagens e bases em bronze e marfim. Os domínios de várias técnicas fazem de Gallé artista, decorador, colorista e paisagista sem igual. É com o processo marqueterie de verre que Gallé atinge a culminância da sua arte.

Emile Gallé nasceu em Nancy, 1846. E morreu na mesma cidade, em 1904. Seu pai Charles Gallé-Reinemer, era proprietário, desde 1845, da oficina de refinação de vidro em Nancy e da fábrica de fayence em Raon-l'Etapes e Saint-Clément. De 1826 a 1865 Emile Gallé faz estudos de Retórica, Filosofia e Botânica em Waimer e, de 1865 a 1866, de Mineralogia. Posteriormente, até fins de 1867, dedica-se à instrução teórica e prática na fábrica de vidro em Meisenthal, fornecedores de matéria prima para seu pai. Já em 1867, Gallé tem seu próprio laboratório para vidro naquele local. A partir de 1870, trabalha na fábrica de faiança do seu pai, em Saint-Clement. O ano de 1871 ele passa viajando entre Londres e Paris, onde visita museus e jardins botânicos.

Ao final da guerra franco-germânica em 1871, Meisenthal com a Alsácia-Lorena passa ao domínio da Alemanha. Em conseqüência, Gallé organiza uma pequena fábrica de vidro em Nancy e amplia a oficina de refinação da cidade. Quatro anos mais tarde também a fábrica de faiança de Saint-Clement é transferida para Nancy e Emile Gallé assume a direção. Em 1878, Gallé participa pela primeira vez da Exposição Mundial de Paris, apresentando vidros esmaltados e lapidados em estilo oriental. Tokouso Takashina, artista botânico japonês, passou os anos de 1885 a 1888 em Nancy, e Gallé recebeu do mestre oriental instruções sobre técnicas de pintura.

Na exposição Internacional de Paris, em 1878, quando recebeu quatro medalhas de ouro, pela primeira vez Gallé travou conhecimentos com seus contemporâneos. Foi lá que viu os primeiros vasos em cameo e conheceu as experiências em vidro de Eugene Rousseau, o vidro iridescente e as formas audaciosas produzidas pela cristallerie de Pantin.

Em 1883, ainda em Nancy, Gallé construiu uma nova e enorme fábrica tendo um grande estúdio para suas pesquisas e funda uma oficina para a fabricação de móveis com marchetaria. No ano seguinte ele apresenta na exposição Union Centrale des Arts Décoratifs, Paris, vidros parcialmente coloridos com decoração floral, conjugando lâminas de metal inclusas ou camadas de metal sobrepostas com pedaços de vidro colorido embutido. Gallé acentua a tendência simbólica de seus vidros com citações de poesia e literatura - verrerie parlante.

É a partir de 1897 que Gallé exibe seus primeiros objetos sobre os quais funde e introduz partes de vidro - marqueterie de verre.

As exposições mundiais de Paris em 1889 e 1900 representam a consagração definitiva de Emile Gallé, que recebe inúmeras medalhas de ouro, diversos Grand Prix e é nomeado Comandante da Legião de Honra. Estava com 51 anos de idade. Suas oficinas nessa época empregavam cerca de 300 artesãos. Apresentou na mostra inúmeros tipos novos de vidro, muitos vasos em "cameo" com motivos e desenhos copiados dos frisos egípcios, a série dos vasos "negros" onde se destacou o vaso "Orpheus" feito a partir de um desenho de Victor Prouve e com várias figuras esculpidas, inclusive a libélula com suas asas abertas. Este vaso encontra-se no Museu da Escola de Nancy. Outro vaso inovador (Museu do Conservatório de Artes e Ofícios de Paris) foi o "Papillons Blancs".

A mobília de Gallé foi mostrada pela primeira vez na exposição de 89, com grande impacto. Foram tantas as encomendas que precisou ampliar a fábrica. Fabricou mesas, cadeiras, escrivaninhas, estantes, mobília de quarto e de sala, tocheiros, porta bengalas, armações para espelho e até taco de bilhar.

Os Impressionistas tiveram grande influência sobre Gallé. "Sua rejeição pelo realismo pictórico em favor da 'impressão' passageira, nasceu do jogo de luzes e sombras e resultou em uma mudança da importância relativa ao artista e sua obra. As idéias sensíveis e criativas próprias do artista que era Gallé encontraram eco nas idéias impressionistas."

Nos anos de 1890 a fama do artista cresceu mais ainda. Tornou-se modismo oferecer vasos de Gallé como presente e Proust, Barão Rotschild, Germain Bapst, Montesquieu, políticos, as classes ricas e a nobreza, todos davam presentes de Gallé, inclusive a municipalidade de Paris freqüentemente encomendava vasos ao artista para presentear chefes de Estado e outros visitantes importantes.

Em 1901, Gallé funda a École de Nancy. Com sua morte - de leucemia, em 23 de setembro de 1904, seu genro, o historiador de arte Paul Perdrizet, assume a direção da empresa que passa a produzir em série os antigos modelos até 1931, quando se encerram as atividades.



Os primeiros vasos de Emile Gallé foram esmaltados e ele continuou a usar essa técnica até morrer. Os primeiros vasos datam de 1878 e foram executados em vidro transparente. A partir de 1880 ele passou a unir a técnica do esmalte com outras, como gravação em ácido e vidros esculpidos. Vidros Falantes foi o nome dado por Gallé aos vasos com inscrições. As peças que eram uma declaração simbolista ou impressionista receberam o nome de Poemas Vitrificados. Vasos Negros, também referência para os "verres hyalites" é a denominação de um grupo de vasos produzidos para a exposição internacional de Paris. A técnica consistia, grosso modo, em recobrir de negro ou marrom um vaso transparente e depois gravar com imagens. Vasos de Tristeza é um título genérico usado por Gallé para designar os vasos cujo clima evocasse pensamentos melancólicos, sentimentos de saudade, etc. Ele usava uma variedade de técnica e cores. Vidros Entalhados, Burilados: Gallé desenhava modelos florais e outros que eram gravados no vidro esmaltado, tantas vezes quanto necessário para revelar as cores do esmalte sob a superfície, obtendo uma enorme quantidade de nuances de cor e de efeitos.


Com raras exceções, os vidros produzidos pela Fábrica de Gallé eram assinados. A única exceção real eram os copos que faziam parte de um conjunto onde a assinatura ficava na peça maior.