23 de junho de 2009

JEAN BAPTISTE DEBRET



Jean Baptiste Debret nasceu em Paris, no ano de 1768, numa família de pessoas cultas e artistas. Foi discípulo de seu primo Jacques Louis David, líder do classicismo francês. Tornou-se conhecido em toda Europa após trabalhos realizados na Itália. Veio para o Brasil com a Missão de 1816 e aqui permaneceu por 15 anos, até a abdicação de D. Pedro I. Seus primeiros trabalhos realizados aqui foram "Retrato de D. João em trajes majestáticos" e "Desembarque da Arquiduquesa Leopoldina”. Debret chega ao Brasil, em 1816. Visto que tal feito coincidiu com a morte da então Rainha de Portugal, D. Maria I. O pintor francês estava incumbido, a partir de então, de retratar o funeral da Rainha e, evidentemente, a aclamação do novo monarca da Corte, inclusive o referido funeral. Paralelamente aos trabalhos de pintor e cenógrafo da monarquia, Debret exercia funções como membro fundador e pintor de história da Academia Imperial, conseguindo reunir condições no sentido de "produzir" novos artistas para o país.


Com Grandjean Montigny alugou uma casa no Centro do Rio de janeiro onde ministravam aulas. Percebendo que a demanda de alunos não parava de crescer, o Imperador decidiu por em prática o decreto que criaria a Academia Imperial de Belas Artes. Foi condecorado com a "Ordem de Cristo", pois eu trabalho muito agradava ao Imperador. Desgostoso e cansado das desavenças com Henrique José Silva, voltou a Paris em 1831 levando seu discípulo predileto, Araújo Porto Alegre. Deixou como seu substituto na cátedra de Pintura Histórica seu aluno Simplício Rodrigues Sá.

Em Paris publicou o álbum Voyage Pittoresque et Historique au Brésil, uma visão romântica de tudo o que registrou em terras brasileira, predominando as figuram humanas em habitat natural ou realizando alguma ação.
Nas obras realizadas no Brasil, Debret coloca-se como um narrador impessoal, cujo centro das atenções é a sociedade que age sobre a natureza, transformando-a. o álbum está dividido em três volumes que apresentam os selvagens, os aspectos da floresta, o trabalho agrário, a forte presença do negro escravo, os artesãos urbanos, os costumes populares e os acontecimentos costumeiros do Rio de Janeiro do início do século XIX. Sua contribuição foi, portanto, tanto para a percepção de paisagens quanto de cenários urbanos. Sua obra é uma verdadeira crônica ilustrada da cultura da época, feita com certa dose de humor e ironia. Debret faleceu na França em 1848.







CASTELO DE CHENONCEAU



O Castelo de Chenonceau (em francês, "Château de Chenonceau"), também conhecido como Castelo das Sete Damas, é um palácio localizado na comuna de Chenonceaux, departamento de Indre-et-Loire, na região do rio Loire, a Sul de Chambord, na França. O primeiro castelo foi construído no local de um antigo moinho, em posição dominante sobre as águas do rio Cher. O atual palácio foi construído pelo arquiteto Philibert Delome, e a sua história está associada a sete mulheres de personalidade forte, duas das quais rainhas de França.

A história do Chenonceau sur Ler Cher remonta ao século XIII, quando o senhor dos Marques, vassalo de Amboise, dominava o feudo onde a primitiva construção se localizava. Os ingleses ocuparam o castelo em duas ocasiões: no ano de 1360, sendo expulsos por Du Guesclin; e em 1412, quando foram retirados por Carlos II, que queimou a fortaleza. Ele mesmo iria autorizar Jean II Marques a reconstruir o castelo, o que seria concretizado em 1435.


Em 1460 morre Jean II. Pierre, seu filho primogênito, passa a dilapidar a já combalida herança, sendo observado de perto pelo nobre Thomas Bohier, financeiro da Coroa durante três reinados (Carlos VIII, Luís XII e Francisco I), que tinha interesse em adquirir Chenonceau. Incógnito, ele passou a adquirir dívidas e créditos dos feudos vizinhos, comprando diversas quintas; Civray, Francueil, Bléré, La Croix, Chissay, Chisseau e Saint-Georges, e depois o senhorio de Houdes. Em 3 de junho de 1946 Bohier obriga Marques a vender Chenonceau por 7.374 libras e 10 soldos (moeda de Tours) e toma posse da propriedade.

Depois de retornar de uma campanha na Itália, onde conheceu uma arquitetura voltada para o prazer aplicada nas moradias de campo, Thomas Bohier mandou demolir todo o castelo. No torreão que manteve, construiu uma escada dupla que leva a um terraço sob o qual se abre uma descida para a sala abobadada inferior. O aposento recebeu pilares, capitéis com sereias, gênios alados, frontão e duas lareiras que refletiam o novo gosto, de inspiração italiana, um trabalho executado por artesãos refinados. As janelas repartidas com pilares laterais estão abertas para o Cher.

Thomas Bohier, que voltou à Itália mais duas vezes, em 1515 e em 1524, ano em que morreria, deixou Katherine de Bohier praticamente comandando as obras do novo castelo. Ela contratou, além de pedreiros, escultores, artesãos e carpinteiros com formação na escola gótica tardia florentina na cidade real de Tours, todos muitos hábeis em absorver o estilo italiano difundido a partir de Carlos VII, tanto na parte ornamental como na concepção arquitetônica.

Para se chegar ao castelo era necessário o uso de barcos e para não dependerem disso, os Bohier solicitaram ao rei licença para construir uma ponte sobre o rio Cher, o que foi autorizado em dezembro de 1517. Mas a construção só seria efetuada em 1556, por Diane de Poitiers.

Viúva, Katherine morre logo depois, aos 26 anos de idade. O primogênito de seus nove filhos, Antoine segue a carreira do pai, mas foi vítima de uma operação efetuada pelo rei contra todos os seus financeiros e credores. Foi condenado a restituir ao tesouro 90 mil libras e teve todos os seus bens confiscados. O castelo foi cedido então a Francisco I, que aí se hospedava, o mesmo fazendo Carlos V. Posteriormente, ficou reservado para caças, até que Henrique II o presenteia a sua amante Diane. Ela passa a freqüentar o castelo, às vezes com o rei, às vezes sozinha. Em 1551 cria, na margem direita, em dois hectares acima do castelo, jardins e hortos protegidos por diques e circundados por fossos profundos. Para prepará-lo, consulta os grandes proprietários dos mais belos jardins e pomares de Touraine. Diane de Poitiers foi a inquestionável senhora do palácio, mas o título de propriedade manteve-se com a Coroa até 1555, quando anos de delicadas manobras legais finalmente a beneficiaram com a posse. No entanto, depois da morte de Henrique II, em 1559, a sua resoluta viúva e regente, Catarina de Médicis despojou Diane da propriedade.


A rainha fez grandes projetos para o castelo. De 1580 a 1585, é construída uma ala do primeiro pátio (atual galeria das cúpulas), três pavilhões reunidos por dois corpos de aposentos baixos, tudo coberto por uma estrutura com cúpulas. Posteriormente, Catarina mandou construir sobre ponte dois andares de galerias cobertas por uma mansarda com pequenas janelas. Outro pavilhão, que deveria fechar a ponte na margem esquerda, não chegou a ser construído. As estadias de Catarina no castelo foram numerosas e plenas de grandes festas, apesar da guerra civil.




A rainha Luísa de Lorena, que sucedeu Catarina em Chenonceau, soube ali a notícia do assassinato de seu marido, Henrique III, e vestiu o luto das rainhas, branco, que nunca mais deixou. Fechou-se em seus aposentos mobiliados e decorados com símbolos fúnebres. A morte veio libertá-la dos sofrimentos em 1601. Antes, ela tinha doado o castelo a César, duque de Vendôme, filho legítimo de Henrique IV com Gabrielle d'Estrée, e casado com Francisca de Lorena-Mercoeur, sobrinha de Luísa. A mãe desta, duquesa de Mercoeur, retira-se para Chenonceau após a morte de Henrique IV e aí viverá 12 anos, cuidando da propriedade.

Em 1733, o conde de Borbom Vendôme vende a propriedade por 180 mil libras para Claude Dupin e sua mulher Louise-Marie Madeleine de Fontaine, filha da amante do banqueiro Samuel Bernard. Com os Dupin, Chenonceau readquire seu esplendor. No castelo eles passaram todos ou outonos em companhia de amigos, pessoas do mundo das finanças, mas também artistas, escritores e cientistas. Lá estiveram Voltaire e Jean-Jacques Russeau, entre outros. O último herdeiro dos Dupin vendeu a propriedade, em 1863, para Madame Pelouze, que mandou restaurar o castelo de acordo com sua construção original.