16 de maio de 2009

SAUTERNES





Nenhum outro vinho doce jamais chegou perto de atingir o prestígio unânime conferido ao produto desse canto privilegiado de Bordeaux, e de fato, a qualidade do melhor dos vinhos brancos teve notável aprimoramento nos últimos anos. Apesar desse starus, o nome Sauternes num rótulo não é garantia de nenhum tipo de qualidade.

Os primeiros vinhos de Sauternes foram secos e tintos. Os brancos começaram a ser feitos a partir do séc. XVII, sendo, os iniciais, secos. Eram também tão leves, que os comerciantes holandeses que os compravam sentiam a necessidade de fortificá-los com conhaque. Em 1787, o presidente dos EUA, Thomas Jefferson, comprou alguns Châteaux d’Yquem e ficou imressionado a ponto de escrever que Sauternes produzia os melhores vinhos da França – depois de Champagne e Hermitage.

Não se sabe quando Sauternes começou a fazer vinhos doces. Em Yquem dizem que em 1859, as uvas de uma colheita tardia acabaram sendo atacadas pela podridão nobre, Outros fixam a data 23 anos antes, quando um viticultor alemão chamado Focke importou do Reno conhecimento sobre a Botrytis.
De qualquer forma, o doce Yquem de 1859 foi um sucesso na corte russa, e desde então os vinhos de ponta de Sauternes só se aprimoraram. Mesmo assim, em geral, o Sauternes genérico ainda é rótulo a ser evitado, e muitos chãteaux menores fazem vinhos decepcionantes em quase todas as melhores safras.

O Sauterners Châteu d’Yquem é considerado por muitos o melhor Sauternes e é o único classificado como Grand Premier Cru.

STE CROIX-DU-MONT


Antes de qualquer coisa, devo explicar através de informação do Wikipédia o que é Botrytis.

Botrytis cinerea é o nome de um
fungo que está na origem da chamada "podridão cinzenta" dos vegetais.

O desenvolvimento e propagação deste fungo é favorecido por ambientes com precipitação pluviométrica elevada e alta humidade relativa do ar. Se a isto adicionarmos teores elevados de matéria orgânica no solo, ainda se criarão condições mais favoráveis à sua sobrevivência.
Apesar de em geral provocar danos consideráveis nas colheitas, constituindo a chamada "podridão cinzenta", há situações especiais em que a presença deste fungo nas
vinhas até é desejada, constituindo então a chamada podridão nobre essencial à obtenção de certos vinhos licorosos.
Para quem acredita que vinhas crescem melhor nos morros, Ste Croix-du-Mont, na margem direita do Garonne, ao sul de Loupiac parece ser território de vinho doce mais promissor que as terras planas de Sauternes ou Barsac. O solo é bom, e os vinhedos contemplam o sul por sobre o rio, com névoas matutinas encorajando a Botrytis.
Os vinhos podem apresentar o caráter cheio de mel, associado aos bons vinhos de uvas com Botrytis, e com freqüência têm preços melhores que os vendidos sob appellations mais famosas, como Sauternes e Barsac. Como o Loupiac, entretanto, o Ste Croix-du-Mont em geral é mais claro e leve que os melhores Sauternes – talvez porque seus produtores não têm recursos para mais de uma coleta de uvas com podridão nobre.

POMEROL






Plana e sem atrativos visuais, a appellation de Pomerol, no Libourne, à margem direita do Dordogne, possui tintos aveludados e suaves que estão entre os mais suntuosos e caros do mundo.

Embora a área em volta de Pomerol tenha sido plantada com vinhas no séc. I a. C., seus vinhos, agora exclusivamente tintos, não alcançaram sucesso internacional antes de 1960.
A mudança da sorte de Pomerol nos anos 50 e 60 deveu-se ao comerciante de vinhos e produtor Jean-Pierre Moueix, que assumiu os Châteaux Pétrus, Lagrange, La Fleur-Pétrus, Latour, Pomerol e Trotanoy.

Com o filho Christian, Moueix apresentou os vinhos da região aos britânicos e, mais importante, aos americanos, seduzidos, então, pelos sabores ricos de bolo inglês, a maciez dos taninos e o toque característico de minerais. Quase todos os vinhos de Pomerol são principalmente de uvas Merlot, mas propriedades como o Vieux Châteu Certan demostram o papel essencial no corte desempenhado pela Cabernet Franc e pela Cabernet Sauvignon quando plantadas em solo adequado.

GRAVES


Um dos grandes nomes de vinho e única região em Bordeaux a fazer tanto tintos quanto brancos de primeira qualidade, Graves perdeu em 1987 seus melhores châteaux e terras para a nova appellation de Pessac-Léognan. Na Graves remanescente, os vinhos têm estilo e qualidade próprios.

A região de Graves encolheu durante um longo período. Antes da filoxera (Praga que destrói as folhas da videira diminuindo sua capacidade de fazer fotossíntese. Mas o que geralmente mata a planta é o apodrecimento de suas raízes após o ataque do inseto.) suas vinhas cobriam 10.000ha; hoje ocupam menos de 3.000ha. Parte das terras não foi replantada; em outra, perto da cidade, as vinhas deram lugar a casas e ao aeroporto Mérignac, de Bordeaux.

Historicamente, os tintos sempre foram menos comuns que os brancos, cujo o volume em 1961, era quatro vezes maior do que o tinto. Hoje para cada garrafa de branco há duas de tinto. Porém a qualidade do vinho branco aumentou, graças a produtores como Denis Dubourdieu, que com leveduras específicas fazem os mais sutis sabores da Sémillon e da Sauvignon Blanc aflorarem. Os melhores brancos Graves, como o Villa Bel Air podem suplantar um Pessac-Léognan.

MÉDOC


Médoc, nome da mais famosa região vinícola do mundo, deriva-se da frase latina "medio acquae", literalmente "entre as águas", numa referência direta ao Estuário da Gironde e ao Oceano Atlântico, suas fronteiras naturais ao norte, a leste e a oeste.
Constitui-se de uma estreita e longa faixa de vinhedos de enorme prestígio, que se estendem a noroeste da cidade de Bordeaux até a Pointe-de-Grave, seu limite ao norte. Em seu coração está a área clássica de Bordeaux, onde estão localizados a maioria dos mais famosos "châteaux", termo que designa as propriedades vinícolas daquela região da França.
É difícil de acreditar que esta região, hoje tão valorizada, tenha sido a última área de Bordeaux a ser utilizada para o cultivo de uvas, pois era constituída de solo pantanoso, de difícil acesso e onde a viticultura era praticamente impossível.O Médoc localiza-se na margem esquerda do Estuário da Gironde, que é formado pela confluência dos rios Dordogne e Garonne, no oeste do território francês, tendo como limites a cidade de Bordeaux ao sul e Soulac-Sur-Mer ao norte. Divide-se em duas partes: o Haut-Médoc ao sul e o Médoc ao norte. Esta última região era conhecida como Bas-Médoc, designação que foi abandonada pelos produtores, temerosos de uma possível conotação negativa para seus vinhos.

Somente vinhos tintos podem usar a apelação Médoc. A colheita mecânica das uvas é bastante comum e toda a produção é separada do engaço antes da fermentação do mosto, que é feita em tonéis e tanques de madeira. É cada vez mais freqüente o uso de modernos tanques de aço inoxidável, com controle de temperatura. O período de contato com as cascas (maceração) tem duração média de 1 a 2 semanas, sendo que alguns produtores chegam a prolongar este período para 4 semanas. As principais variedades de uvas cultivadas são a Cabernet Sauvignon, a Cabernet Franc e a Merlot. As variedades consideradas secundárias são a Petit Verdot, a Malbec e a Carmenère.

SAINT ÉMILION



Saint-Emilion (sub-região de Bordeaux) está localizada na margem direita do rio Dordogne, 50 quilômetros a leste da cidade de Bordeaux, na costa oeste da França. Lá, há mais de mil Châteaux e todos gostariam de ostentar nos rótulos de seus vinhos os dizeres "Premier Grand Cru Classé".


Os vinhos de Saint-Emilion são bem diferentes dos de Médoc, principal sub-região de Bordeaux, situada na margem esquerda do rio. Enquanto à esquerda a uva dominante é a Cabernet Sauvignon, em Saint-Emilion reina a Merlot, com importante presença também da Cabernet Franc. Como estas cepas são menos taninosas que a Cabernet Sauvignon, os vinhos de Saint-Emilion são geralmente mais fáceis de beber, mais carnudos, redondos, macios e amadurecem mais cedo que os do Médoc.





O clima em Saint-Émilion é menos marítimo e mais seco que o do Médoc, com maior gradiente diário de temperatura. Os solos são muito variados, com uma gama de terrenos que vai do rochoso, ao arenoso, calcário, argiloso, até solos de aluvião. É comum um mesmo vinhedo, de um mesmo Château, se estender por diferentes tipos de terreno. As melhores safras recentes que a região proporcionou foram: 1982, 1990, 1998, 2000, 2001 e 2003. Também foram boas: 1983, 1986, 1988, 1989, 1995, 1996 e 1999.


Apenas em 1955, Saint-Emilion viria a classificar seus vinhos. Os vinhos são classificados em quatro denominações de origem, ou appellations: Saint-Emilion, Saint-Emilion Grand Cru, Saint-Emilion Grand Cru Classé e Saint- Emilion Prémier Cru Classé.


Atenção especial aos "Saint-Emilion Grand Cru" e "Saint-Emilion Grand Cru Classé", já que apenas uma palavra os distingue.

VINHOS BORDEAUX


Não é um exagero classificar a França como o melhor país vinícola do mundo. Nenhum país possui tantos vinhos de excepcional qualidade.


A França possui cerca de uma dezena de grandes regiões vinícolas , algumas delas subdivididas em até mais de vinte regiões menores.



Perdidos nesse mar de vinhos, para conhecermos verdadeiramente os vinhos franceses, não nos resta alternativa senão provar alguns representantes de cada uma das suas regiões. Só assim é possível compreender a diversidade e a complexidade dos destes vinhos.



Bordeaux é, sem dúvida, a região vinícola francesa que mais se destaca por possuir o maior número de vinhos excepcionais (os famosos Grand Cru, Premier Cru, Deuxième Cru, etc.) muitos deles atingindo preços estratosféricos. Suas sub-regiões mais importantes são Médoc, Graves, Pomerol e Saint Emilion para os tintos, e Sauternes-Barsac, para os brancos.



Situa-se na região sudoeste, na costa da atlântica da França, junto à foz do rio Gironde e se estende em torno da cidade de Bordeaux que lhe empresta o nome.



As 57 sub-regiões AOC de Bordeaux distribuem-se em torno do "Y" formado pelo rio Gironde e seus afluentes, o rio Dordogne, ao norte, e o rio Garonne, ao sul.



Em tempo: APPELLATION DE ORIGINE CONTRÔLÉE (A.O.C.)


Vinhos de Denominação de Origem Controlada


São os vinhos de melhor qualidade, provenientes de regiões delimitadas, denominadas AOC, dentro das quais existem sub-regiões também AOC, cada uma com sua classificação hierárquica para seus vinhos. Existem cerca de 400 AOC e delas provêm os melhores vinhos da França que, no entanto, correspondem a apenas 29% da produção total do país.