24 de maio de 2009

RIESLING



Cepa favorita de comerciantes e críticos, e a que mais orgulha do alsacianos, existente na região desde o séc. XV, quando era chamada de Rissling ou Gentil, a Riesling gradualmente suplantou a Sylvaner, cobrindo mais de 20% dos vinhedos, em comparação com 13% em 1969. Se o Riesling alsaciano sofreu devido a imagem fraca dos vinhos mais baratos do outro lado do Reno, também se beneficiou por ter conseguido tornar-se mais rico e amadurecido do que o do norte da Alemanha. Seu caráter varia com o solo, e os mais ricos vêm da argila, enquanto cepas cultivadas no granito ou no calcário levam mais tempo para desenvolver – isto é uma qualidade que os alsacianos reconhecem ao vender seu vinho 18 meses após a colheita.

Maiores Produtores: Paul Blanck, Marcel Deiss, Dirler, Albert Hertz, Kientzler, ostertag, Rolly Gassmann, Schlumberger, Roland Schmitt, Bruno Sorg, Trimbach, Weinbach, Zind humbrecht.

Melhor acompanhamento: Matelote de Poisson (Ensopado de peixe)

PINOT NOIR



Se alguma cepa tinta produz bom vinho na Alsácia, essa é a maior probabilidade de sucesso, mas há muitos exemplos provando seu desafio para os vinicultores. Um problema está em produzir vinho tinto em vez de rosé, o que tem sido abordado pela introdução de novos clones e do uso de fermentadores rotativos, que extraem a cor, possivelmente à custa da delicadeza. A ambição alsaciana de imitar o Borgonha tinto também levou ao uso entusiástico do carvalho novo, muitas vezes tão impróprio quanto uma moldura de ouro numa miniatura de aquarela.




“Os produtores deveriam desistir de copiar o Vosne-Romanné e dar mais atenção a seus em geral deliciosos rosés d’Alsace de cereja e framboesa, que, aliás, combinam muito mais com as garrafas flûte locais do que o tinto escuro e amadeirado”. – Robert Joseph ( editor e fundador da revista Wine).



Maiores produtores: J.B.Adam, Jean Becker, Joseph Cattin, Marcel Deiss, Caves de Eguisheim, Robert Faller, Albert Hertz, Hugel, Roger Jung, KuentzBas, Plaffenheim, de Turckheim, Charles Wantz.



Melhor acompanhamento: Caçarola de carne com legumes.

PINOT GRIS



É misteriosa a história de como um vinho alsaciano veio a partilhar o nome de uma área vinícola húngara, mas, segundo lenda local, em 1565, o barão Lazare de Schwendi, general alsaciano, recebeu quatro mil tonéis de vinho e algumas mudas de vinhas Pinot Grois da cidade húngara de Tokay, como recompensa pela expulsão dos turcos. Hoje a cepa não existe na Hungria, mas ocupa 4% dos vinhedos da Alsácia, produzindo alguns dos vinhos locais de mais estilo, entre o potencialmente ácido Riesling e o possivelmente doce Gewürztraminer. Os alsacianos o chamam de “sultão” e bebem exemplares do vinho, de vendages tardives e sélectionde grains nobles, com foie grãs. Os rótulos registram Tokay-Pinot Gris ou Pinot Gris e, às vezes, o ilegal “Tokay d’Alsace”.





Maiores produtores: Ernest Burn, Bott-Geyl, Dopff et Irion, Kreydenweiss, Ostertag, Schleret, Sorg, Weinbach (Laurence Faller), Zind Humbrecht



Melhor acompanhamento: Foie Grais


PINOT BLANC



Prima não aromática da Pinot Gris – exceção à regra local, em sua melhor forma e sem superprodução, pode originar atraentes vinhos cremosos. Muitos vinicultores locais usam um clone dessa cepa, Gros Pinot Blanc, que, em certa época, integrou com Chassselas corte para vinhos rotulados como Edelzwicker. A Pinot Blanc pode ser tão pouco característica, que as regras de appellation contôllé permitem vender vinhos feitos, total ou parcialmente, de Pinot Grois, Pinor Auxerrois, Charnonay ou mesmo Pinot Noir como Pinot Blanc ou como os similares Klevner ou Clevner. Esse desleixo, gerou confuso aumento de rótulos parecidos, mas também propiciou fazer vinhos mais interessantes do que os que a Pinot Blanc pura permite. A Pinot Auxerrois, em particular, introduz bem-vinda nota de especiaria alsaciana.





Maiores produtores: Paul Blanck, Henri Brecht, Kuenttz-Bas, Meyer-Fonné, Cave de Turckheim, Zind Humbrecht, Ostertag, Hugel, Weinbach-Faller, Marcel Deiss.




Melhor acompanhamento: Tarte á l’oignon (torta de cebola)

MUSCAT



Uma das surpresas da Alsácia, cujos vinhos em geral são doces, é a secura do seu Muscat – nome associado à sensualidade. É impreciso, porém, referir-se à Muscat como cepa única. Dela, os alsacianos cultivam três tipos: Muscat á Petis Grains (branca e rosada) e Muscat Ottonel, sem consenso sobre quem faz o melhor vinho. Apesar da potencial qualidade deliciosa da Muscat alsaciana, as vinhas estão sendo arrancadas em escada alarmante e cobrem hoje, extensão pouco maior do que a da Chasselas.




Manter a produção baixa e colher na época certa, garantindo acidez suficiente ao vinho final, exigem dedicação, mas, felizmente, há produtores conscientes disso e que permitem ao Muscat revelar seu perfume e sabores de uva, maçã, laranja e tangerina.



Maiores produtores:Ernest Burn, Hugel, Andre Kientzler, Meyer-Fonné, René-Muré-Clos St. Landelin, Bruno Sorg, Schoffit, Marcel Deiss.



Melhor acompanhamento: Tarte Alsacienne (Sobremesa tradicional de Alsácia, feita com maçãs, damascos ou ameixas embebidos em Kirsch e açúcar. Um manjar aromatizado com canela cobre a massa.

GEWÜRZTRAMINER



O termo Gewürztraminer refere-se a cepa chamada de “Traminer”. Os alsacianos talvez acreditem que a Reiesling faz vinhos mais refinados e longevos, mas nem o melhor deles é páreo para essa cepa de casca rósea, inconfundível quando se trata de sedução e excitação.
O caráter do Gewürztraminer da Alsácia varia de acordo com o lugar de cultivo, o amadurecimento da colheita e a habilidade e técnica do vinicultor.
Nas mãos de produtores cuidadosos, como Faller, Ostertag, Trimbach e Zind Humbrecht, que usam uvas de baixa produção, cultivadas nos melhores vinhedos grand crus, a Gewürztraminer pode produzir vinhos secos e sensuais de colheita tardia que têm todo o aroma e atração orientais e irresistíveis dos mais finos perfumes.

Para acompanhar: Queijo Munster

VINHOS DA ALSÁCIA



A Alsácia é a única apelação clássica da França que construiu sua reputação apoiando-se no conceito de vinhos varietais ( vinho identificado com o nome da variedade da uva no rótulo). A região produz vinhos brancos muito ricos, com ênfase no caráter frutado, que são adequados tanto quando consumidos na refeição como quando degustados isoladamente.

Localização
A Alsácia situa-se no nordeste da França, sendo delimitada pelas Montanhas de Vosges a oeste e pelo rio Reno e pela Floresta Negra da Alemanha a leste. Do alto das Montanhas de Vosges nascem seis rios, que atravessam cerca de 97 quilômetros de magníficos vinhedos. A região da Alsácia alternou-se entre França e Alemanha ao longo de talvez 2000 anos.

Viticultura e Vinificação

As principais variedades de uvas cultivadas na Alsácia são as germânicas Riesling e Gewürztraminer, a francesa Pinot Gris e a exótica Moscatel, em suas quatro principais variedades, entre elas as Moscatel branca e rosé "à petit grains" e a Moscatel "otonell". Também encontramos a Sylvaner, a Pinot Noir, a Pinot Blanc, a Auxerrois e a Chasselas. Deve-se ressaltar que na Alsácia, a Gewürztraminer e a Pinot Gris (que é uma uva neutra em todas as outras regiões), assumem um caráter decididamente "spicy" (picante, pungente e com toques de especiarias).

Muito pouco vinho tinto, particularmente de Pinot Noir, é produzido na Alsácia, sendo brancos 90% dos vinhos produzidos na região. Tradicionalmente, a produção de vinhos na Alsácia é de vinhos brancos secos, bastante frutados, apesar dos vinhos produzidos com a Gewürztraminer serem menos secos do que os produzidos com as demais varietais.

Os Grand Crus da Alsácia

A legislação que instituiu os "grands crus" na Alsácia data de 1975, porém somente em 1983 é que surgiu a primeira relação de 25 vinhedos classificados como "grand cru". Três anos mais tarde, 25 novos vinhedos entraram na lista, totalizando 50 "grands crus", apesar deste número ser alvo de intensa controvérsia, não apenas por excluir um dos mais famosos e conceituados vinhedos da Alsácia, um verdadeiro e reconhecido "grand cru", o grandioso Kaefferkopf, em Ammerschwihr.

Principais Produtores

Os principais produtores da Alsácia são: Domaine Zind-Humbretch, Domaine Weinbach, E.F.Trimbach, Marcel Deiss, Albert Mann, Dopff au Moulin, Hugel & Fils, Kuentz-Bas, Bruno Sorg, Paul Blanck, entre outros.