20 de junho de 2009

FLOR DE LIS





A Flor de Lis é simbolicamente identificada à Íris e ao Lírio. Luís VII, o Jovem (1147), teria sido o primeiro dos reis da França a adotar a íris como seu emblema e a servir-se da mesma para selar as suas cartas-patentes, e como o nome Luís se escrevia na época Loys ou Louis, esse nome teria evoluído de “fleur-de-louis” para “fleur-de-lis” (flor de lis), representando com as três pétalas a Fé, a Sabedoria e o Valor.
A verdade, mesmo observando a grande semelhança entre os perfis da íris e da flor de lis, é que o monarca francês apenas adotou o símbolo de grande antiguidade na heráldica da França (refere-se á ciência e a arte de descrever os brasões e escudos), pois que ele já aparece em 496 d.C., quando um Anjo apareceu a Clovis, rei dos Francos, e lhe ofereceu um lírio, acontecimento que concorreu para a sua conversão ao Cristianismo.
No ano 1125 a bandeira de França apresentava o seu campo semeado de flores de lis, o mesmo acontecendo com o seu brasão de armas até ao reinado de Carlos V (1364), quando passaram a figurar apenas três. Conta-se que este rei teria adotado oficialmente o símbolo como emblema para honrar a Santíssima Trindade. Mas o lírio estilizado flor de lis é planta bíblica, anda associada ao pendão do rei David e igualmente à pessoa de Jesus Cristo (“olhai os lírios do campo...”); também aparece no Egito associado à flor de lótus, e igualmente entre os assírios e os muçulmanos. Cedo se torna símbolo de poder e soberania, da Realeza que se faz por investidura Divina o que leva a também simbolizar a pureza do corpo e da alma. Por isto, os antigos reis europeus eram divinos por sagração direta da Divindade na pessoa da Autoridade Sacerdotal, e para o serem teriam, em princípio, que ser justos e perfeitos ou puros, como o foi a Virgem Maria, “Lírio da Anunciação e Submissão”.

No reinado de Luís XVI de França, a flor de lis dos Bourbons tornou-se o símbolo das prostitutas e ladrões, e quando algum malfeitor era preso, marcavam-no a fogo com esse símbolo.






O símbolo foi apresentado na moderna ficção sobre temas históricos e místicos, como no best-seller O Código Da Vinci e outros livros discutindo o Priorado de Sião. Ela repete na literatura francesa, onde exemplos bem conhecidos incluem a flor-de-lis em personagens de O Corcunda de Notre Dame de Victor Hugo, e de referência em Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas ao antigo costume de marcar com um sinal o criminoso.

MOULIN ROUGE







Moulin Rouge (que em francês significa Moinho Vermelho) é um cabaré tradicional, construído no ano de 1889 por Josep Oller, que já era proprietário anteriormente do Paris Olympia. Situado na zona de Pigalle no Boulevard de Clichy, ao pé deMontmatre, em Paris. É famoso pela inclusão no terraço do seu edifício de um grande moinho vermelho. O Moulin Rouge é um símbolo emblemático da noite parisiense, e tem uma rica história ligada à boemia da cidade.

Há mais de cem anos que o Moulin Rouge é lugar de "visita obrigatória" para muitos turistas. O Moulin Rouge continua a oferecer na atualidade uma grande variedade de espetáculos para todos aqueles que querem evocar o ambiente boêmio da Belle Èpoque e que ainda está presente no interior da sala de espetáculos. Não obstante, o estilo e o nome do Moulin Rouge de Paris foram imitados por muitos clubes de variedades e salas de espetáculos em todo o mundo.

A sala, as bailarinas e os seus frequentadores constituem um dos temas preferidos na obra do pintor Henri de Toulose-Lautrec.

Alguns centímetros de pernas femininas, logo acima dos joelhos, estão transformando Paris numa festa. As pernas são das dançarinas de cancã de um novo cabaré da cidade-luz, o Moulin Rouge (Moinho Vermelho), inaugurado com pompa e circunstância no mês passado. Não bastasse a já escandalosa coreografia da "quadrilha naturalista", como a dança também é conhecida, com seu ir e vir de pernas para o alto, deixando à mostra a roupa de baixo das bailarinas, o Moulin Rouge decidiu apimentar seus espetáculos acrescentando o precioso palmo de nudez de suas coristas. Bem ou mal, não se fala em outra coisa na capital francesa. A idéia dos donos do cabaré, os experientes empresários de espetáculos Charles Zidler e Joseph Oller, foi criar uma casa capaz de atrair a fina flor da elite parisiense para a marginalizada região de Montmartre.

Para tanto, precisavam de uma atração sem igual. Zidler se encarregou pessoalmente de descobrí-Ia. Atraído pela boa carreira que a quadrilha naturalista fazia no Elysée-Montmartre, o empresário não titubeou: abriu a carteira e, de uma só tacada, contratou todo o elenco do eventual concorrente - que agora está entregue exclusivamente a um balé de moscas. Com o incremento da nudez de centímetros, compreendidos entre o fim das meias pretas e a barra das calças brancas das dançarinas, o Moulin Rouge se tornou o senhor dos cabarés. Por conta dele, a noite parisiense está mais festiva do que nunca - e escandalosa também.

Até a reforma, o local onde hoje se ergue o bem freqüentado moinho, no Boulevard Clichy, era um ponto condenado - por ali passaria uma nova avenida. Em função disso, ninguém se preocupava sequer em limpar o “Rainha Branca”, um galpão de espetáculos de baixo nível que ocupava aquela área. O trajeto do leito carroçável, no entanto, foi alterado. A mudança foi decisiva para que Zidler e OlIer comprassem o terreno e construíssem o Moulin Rouge sobre os escombros do Rainha Branca, evitando que lá estivesse hoje um curral de vacas, como se chegou a propor. Em lugar disso, os parisienses ganharam uma casa decorada com gosto e ostentação, embelezada por um amplo e agradável jardim, onde está montado o gigantesco elefante de madeira há pouco exibido na Exposição Universal. Junto a ele, uma bailarina de formas exuberantes faz apresentações de dança do ventre, enchendo também os olhos dos freqüentadores do cabaré.

A grande estrela do Moulin Rouge, no entanto, é a dançarina Louise-Joséphine Weber, que toda a Montmartre chama de "La Goulue" (A Gulosa), apelido ganho na infância por causa de sua sofreguidão quando posava para os pintores, já deslumbrados com sua beleza. Aos 23 anos, mas famosa em toda a região, ela foi contratada por um salário mensal de 800 francos, cerca de 290 000 réis, quase o preço de uma passagem de ida e volta para Paris numa segunda classe. Traços finos, formas bem torneadas e uma elegância que não perde nem mesmo quando executa os movimentos mais ousados do cancã distinguem La Goulue de suas companheiras de palco.

A tradição da dançarina de encantar pintores continua. O mais novo talento a sucumbir aos seus encantos é ninguém menos do que o melhor pincel do submundo parisiense, o anão Henri de Toulouse-Lautrec, Famoso no Montmartre por seus criativos retratos de personagens da região. Lautrec freqüenta o Moulin Rouge desde sua inauguração. De origem aristocrática, o pintor sofreu um grave acidente aos 13 anos, que o deformou para sempre. Complexado por sua aparência física, Lautrec cedo se refugiou entre os marginais. Desenhista de incrível habilidade, ele tem se especializado desde então em traduzir para telas a vida dos marginais da capital francesa. "Quero pintar a verdade, e não o ideal", diz. Fascinado pela gravura, Lautrec vem desenvolvendo um belíssimo trabalho em cartazes para os shows do Moulin Rouge. Sua atração por La Goulue pode transformá-Ia na mais famosa dançarina de cabaré de todos os tempos, imortalizada nos traços de um artista raro, dono de uma obra absolutamente pessoal.