28 de julho de 2009

A HISTÓRIA DA VIÚVA




O novo livro da pesquisadora e professora universitária Tillar J. Mazzeo, A Viúva Clicquot – A Históriade um Império do Champagne e da Mulher que o Construiu (Editora Rocco), lançado recentemente no País, nada tem de ficcional. Suas 304 páginas são um mergulho na história de uma das marcas mais respeitadas no mercado de luxo – o vinho Veuve Clicquot.
Aos 27 anos e com uma filha, madame ficou viúva (seu marido morreu de tifo). Barbe-Nicole (era esse seu nome) muniu-se de coragem e decidiu dedicar-se à vinicultura da família Cliquot – então um negócio secundário - , com o suporte do pai e do sogro. “Passei seis semanas na França. Foi delicioso ouvir os moradores da região e suas lendas sobre a Viúva”, disse Tillar J. Mazzeo.
O livro fala sobre a delicada sucessão da companhia, já que sua única herdeira casou-se com um conde falido e perdulário, que gastava milhões em mesas de jogo. Entregar a empresa em tais mãos era bancarrota na certa. E o casamento só aconteceu porque a família Ponsardin, apesar da fortuna burguesa, sempre teve ambições de ostentar título de nobreza. Barbe-Nicole viu no jovem Conde Louis de Chevigné a oportunidade de ter uma filha condessa. Especulações sobre a vida amorosa da viúva também apimentam a história. O possível relacionamento dela com um alemão bem mais jovem, a quem ela vendeu 50% da bilionária companhia a um preço irrisório, é explorado nas páginas do lançamento. Assim como Luis XIV sentenciava “L’etat c’est moi”, Barbe-Nicole declarava pouco mais de um século depois: “Le vin c’est moi”. Exagero? Não para a fornecedora exclusiva de príncipes, czares, arquiduques, cardeais romanos, nababos e lordes, que exigiam o espumante da Viúva em suas recepções. (Crédito: Marília Levy).