17 de maio de 2009

A ARTE NOS RÓTULOS DOS VINHOS MOUTON-ROTHSCHILD

Mas vamos ao que interessa, que é explicar porque o Mouton Rothschild é tão badalado e detém o recorde de vinho mais caro do mundo, já que em 2006 um lote de 12 garrafas da safra de 1945 foi arrematado por 228,5 mil euros (ou US$ 290 mil), o que equivale a 22.650 por garrafa, num leilão da Christie's.

O Château Mouton Rothschild é um Premier Grand Cru Classé, de acordo com a classificação oficial dos vinhos de Bordeaux 1855. Ele compartilha essa rara distinção, ou seja, o topo do topo, com Château Margaux, o Château Latour, o Château Lafite Rothschild e Château Haut-Brion.Mas nem sempre foi assim: o Mouton Rothschild não constava da relação original de 1855. Era um Deuxième Grand Cru Classé e sua promoção só foi obtida em 1973, quando o Ministério da Agricultura francês promoveu uma revisão na classificação dos vinhos da região.A promoção, no entanto, não caiu do céu. Foi fruto de uma obstinada luta da família Rothschild.

O barão Phillipe de Rothschild nunca se conformou em ver sua cria fora da elite dos vinhos de Bordeaux e estampou durante anos nos rótulos de seus vinhos a seguinte frase “Premier ne puis, second ne daigne Mouton suis” (Primeiro não posso ser, segundo não me chamarei, Mouton eu sou).

Depois de 1973, o bordão inconformado passou a ser “Premier je suis, second je fus, Mouton ne change” (Primeiro eu sou, segundo eu fui, Mouton não muda).

Outra peculiaridade dos vinhos elaborados pelo Château Mouton Rothschild é que, desde a safra de 1945, o rótulo é diferente em cada ano, muitas vezes ilustrado por personalidades e artistas plásticos de primeira grandeza como Chagall, Miró e Picasso, por exemplo.
O Château Mouton Rothschild é particularmente famoso pelos seus rótulos, que são realizados anualmente por um artista diferente. Em 1945, o barão decidiu comemorar a vitória na Segunda Guerra Mundial, rotulando o Mouton Rothschild com um V de Vitória desenhado por Philippe Jullian. A tradição perdura até hoje, mas a partir de 1955 esses rótulos passaram a ser produzidos por artistas que não são pagos pelo trabalho, mas recebem vinhos de duas diferentes colheitas, incluindo uma que ele tenha ilustrado.

Abaixo está o site com todos os rótulos já produzidos, clique em cada um e saiba quem foi o artista e veja a imagem ampliada.



O meu eleito foi o rótulo da safra de 1982 - O ator, diretor e talentoso aquarelista Jonh Huston (1906-1987) foi quem o ilustrou. Uma das suas últimas pinturas, o rótulo mostra o carneiro de Mouton saltando de alegria com seus companheiros, o sol e a vinha.

HARMONIZAÇÃO COM OS VINHOS BORDEAUX


As combinações que se seguem não são necessariamente aquelas com as quais todo sommelier concordaria; são porém fruto de experiência pessoal de algum deles.


Peixe de rio: Todos os “Boredaux branco seco” são compatíveis.


Peixe do mar: Os “Bordeaux branco seco” funcionam bem com a maioria dos peixes do mar.






Ostras: Tanto as nativas quanto as cultivadas estão disponíveis em Bordeaux, em geral consumidas cruas, com pão e suco de limão, acompanhadas pelo Bordeaux branco seco.











Carneiro: O Bordeaux tinto é a melhor escolha.







Vísceras: Fígado e rins (especialmente St. Émilion e Pomerol) combinam com Bordeaux tinto.







Queijos: Queijos duros e de sabor estimulante como o parmesão, a melhor harmonização é com um Bordeaux tinto jovem.


Sobremesa com creme: Os melhores vinhos doces para acompanhar essa sobremesa não são os mais frutados, portanto opte por um Bordeaux branco doce.

Abbaye de Belloc - Queijo atualmente produzido no País Basco, é feito das ovelhas manech de nariz vermelho e tem gosto forte, persistente e bem curado. Combinação perfeita com um Bordeaux tinto.

OUTROS BORDEAUX



Em geral pensa-se em Bordeaux como região que só faz tintos e brancos, mas na verdade ela também produz vinhos rosés e espumantes. Bordeaux inclui várias appellations pequenas cujos vinhos raramente são vistos fora da região. À medida que a vinicultura se aprimora, pode valer a pena procurá-los pelo excelente investimento que representam.
Abaixo estão demonstradas as sub-regiões de Bordeaux onde algumas foram citadas anteriormente neste blog.




PAUILLAC


Aqui estão os Premiers Crus Latour, Lafite-Rothschild e Monton-Rothschild. Também presents estão os Château Lynch-Bages, Pontet-Canet, Clere-Milon, Grand-Puy-Lacoste e D’Armailhac – todos, com regularidade, ocupando o espaço dos vencedores em competições mundo afora.

Por que Pauillac é tão especial? Como explicar a intensidade dos sabores de cassis e caixa de charutos, e reunião de veludo e discreto aço, e a longevidade que permite ao melhor desses vinhos ter sabor novo 50 anos após a colheita?

A sabedoria convencional responde: pela combinação da cepa Cabernet Sauvignon, solo de cascalho e morros suaves para cultivar as vinhas.
Mas Pauillac tem bons proprietários também. Rothschild, Borie, Cazes. Tesseron e de Lencquesaing extraem o melhor de suas terras. Seus vinhos têm suavidade que os torna agradáveis mesmo quando jovens; e tendo na adega o tempo que merecerem, desenvolvem camadas de sabores frutados e animais, que apesar dos esforços de imitadores por todo o mundo, permanecem ausentes em qualquer outro lugar.